ATA DA TRIGÉSIMA SESSÃO SOLENE
DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM
01.10.1996.
Ao primeiro
dia do mês de outubro de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e quarenta minutos constatada
a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da
presente Sessão destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadã de Porto
Alegre à Jornalista Maria Thereza Druck Bastide nos termos do Requerimento n°
123/95 (Processo n° 2332/95) de autoria do Ver. Artur Zanella. Compuseram a
MESA: o Ver. Isaac Ainhorn, Presidente desta Casa, a homenageada, Senhora Maria
Thereza Druck Bastide, o Senhor César Alvarez, Secretário de Governo Municipal,
representando neste ato o Senhor Prefeito Municipal, o Desembargador Nelson
Rassier, representando o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o Senhor
Altair de Lemos, Cônsul do Peru, o Coronel Irani Siqueira, representante do
Comando Militar do Sul, o Senhor Alceu Collares, Ex-Governador do Estado, o
Senhor Marcelo Bastide Bachieri, o Senhor Adroaldo Fabrício, o Senhor Jorge
Petterson, Cônsul-Geral da Costa Rica, o Deputado Federal Adroaldo Streck, o
Senhor Ricardo Malcon, Cônsul Honorário do Líbano e o Senhor Péricles Druck,
Cônsul Honorário de Honduras. Em continuidade o Senhor Presidente convidou a
todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional cantado pelo Coral da
Aliança Francesa. Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos
Senhores Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver.Artur Zanella como
proponente e pelas Bancadas do PDT, PT, PTB, PMDB , PPB , PC do B, PPS, PSDB e
PST, teceu considerações sobre o destaque da Senhora Maria Thereza Druck no Turismo
e relembrou do tempo em que foi Presidente da Companhia Riograndense de Turismo. O Ver. Reginaldo
Pujol em nome da Bancada do PFL, discorreu à respeito da criatividade,
arejamento e a visão que a homenageada tem do ciclo histórico em decorrência de
suas viagens pelo mundo, tornando-a assim, uma pessoa privilegiada. Logo após,
o Senhor Presidente convidou o Ver.Artur Zanella, autor do projeto, e o Senhor
César Alvarez, representante do Governo Municipal, para fazerem a entrega do
Título e da medalha à homenageada. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
concedeu a palavra à homenageada, que agradeceu a presente homenagem, fazendo
um breve retrospecto de sua vida desde a chegada a Porto Alegre aos três anos
de idade. Às vinte horas e dezoito minutos, nada mais havendo a tratar, o
Senhor Presidente agradeceu à presença de todos e declarou encerrados os
trabalhos. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Isaac Ainhorn e
secretariados pelo Ver.Artur Zanella como secretário “ad hoc”. Do que eu, Artur
Zanella, secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada pelos Senhores Presidente e 1° Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Damos
início à 30ª Sessão Solene, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadã
de Porto Alegre à Jornalista Maria Thereza Druck Bastide, que passa a integrar
a Mesa neste momento.
Convidamos também, para integrar a Mesa, o Dr. Cezar Alvarez,
Secretário do Governo Municipal, que representa, nesta oportunidade, S.Exa. o
Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Ilmo. Sr. Desembargador, Nelson Rassier,
que representa o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul; Dr. Adroaldo Fabrício; Dr. Jorge Petterson, Cônsul-Geral da Costa Rica; o Dr.
Altair de Lemos, Cônsul do Peru; o Dr. Alceu Collares, ex-Governador do nosso
Estado; o Cel. Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul; o
Deputado Federal, Adroaldo Streck; o Sr.Marcelo Bastide Bachieri; o Sr.
Péricles Druck, Cônsul Honorário de Honduras; o Sr. Ricardo Malcon, Cônsul
Honorário do Líbano.
A Câmara Municipal, nesta noite, se sente honrada em receber a nossa
homenageada, que recebe por Lei Municipal e por decisão unânime desta Casa,
através de um Projeto de Lei de iniciativa do Ver.Artur Zanella e que teve a
sanção do Sr. Prefeito Municipal, o Título de Cidadã de Porto Alegre. A Câmara
sente-se honrada, por igual, em receber, aqui, nesta Casa, os seus familiares,
seus amigos, as autoridades presentes que vêm prestigiar este evento.
Nós convidamos para falar, como proponente e pelas Bancadas do PDT, do
PT, do PTB, do PMDB, do PPB, do PC do B, do PPS, do PSDB e do PST, o Ver.Artur
Zanella.
Mas, antes de passarmos a palavra ao autor desta iniciativa, nós vamos
ouvir, pelo Coral da “Aliance Française”, o Hino Nacional.
(É executado
o Hino Nacional.)(Palmas.)
O Ver. Artur Zanella está com a palavra.
O SR. ARTUR ZANELLA: (Saúda os componentes da
Mesa e demais convidados.) Aqueles que nos visitam pela primeira vez, ou aos
que não estão afeitos às técnicas, debates e proposições legislativas, é
interessante dizer que em Porto Alegre, que tem um milhão e meio de habitantes
ou mais - e sua Região Metropolitana, cerca de três milhões -, cada Vereador
tem direito, por ano, a apresentar um projeto de concessão de Título de Cidadão
de Porto Alegre. Esses projetos são apresentados informalmente a todos os
Vereadores, são assinados por todas as Lideranças e, depois, são levados a
Plenário para a votação. São levados Plenário de uma Câmara Municipal que tem
mais de 200 anos de existência. Sempre digo que, quando ocorreu a Queda da
Bastilha na França - a Revolução Francesa - , esta Câmara de Vereadores já
existia. Quando os Estados Unidos se tornaram independentes da Inglaterra, esta
Câmara Municipal já existia. Tiradentes passeava e conspirava em Minas Gerais e
no Rio de Janeiro, e esta Câmara já existia. Não havia prefeitos, mas esta
Câmara Municipal já existia. Então, ela tem uma legitimidade e uma tradição
muito grandes, que honra apresentando a esta Casa nomes como esses que, como a
Maria Thereza, já foram agraciados com esse Título - Dr. Arnaldo Prietto, por
exemplo, que se encontra aqui presente, ex-Ministro, ex-Deputado e
provavelmente ex-Vereador da sua São Leopoldo. A vereança é o primeiro passo de
uma carreira política, mas, para alguns, é o máximo; há pessoas que, como eu,
gostam de atuar na sua cidade, porque nela têm um contato mais íntimo com a
população, com seus interesses e desejos.
Há algum tempo, numa solenidade nesta Câmara de Vereadores, resolvi
citar uma representante das mulheres, que estivesse presente. É muito temerário
fazer isso, porque dentre tantas pessoas que aqui estão, citar uma sempre é
difícil, e eu citei a Maria Thereza, ela deve lembrar-se disso. E naquela
citação escolhi a minha próxima homenagem, a homenagem que eu faria no ano
seguinte. Por que Maria Thereza? O Des. Justino Martins, que está lá sentado,
deve saber. Porque provavelmente deva existir algum profissional de turismo que
saiba mais do que ela; mas ela destacou-se no turismo. Fui Presidente da CRTur
quando o Dr. Collares era governador, Maria Thereza era conselheira, e nós, com
poucos recursos, baseávamo-nos no trabalho do Grupo HABITASUL e da Maria
Thereza em todos os “Workshops” que fazíamos ou queríamos fazer no Uruguai, na
Argentina, no Chile. Wilson Müller deve lembrar-se disso, ele que foi também
Diretor da CRTur. Quando queríamos tratar de um assunto de hotelaria, também
nos dirigíamos à Maria Thereza, e provavelmente existiam pessoas que entendam mais
de hotelaria do que ela. Quando eu precisava de algum aconselhamento
diplomático, também dirigia-me a ela, e nesta Cidade devem existir pessoas que
entendam mais de diplomacia do que ela. Quando eu precisava de uma palestrante,
sempre a convidava e, seguramente, há algum palestrante igual ou melhor do que
a Maria Thereza. Quando eu precisava de uma pessoa amiga, ou, indicar alguém,
eu indicava a Maria Thereza; e pode ser que existam pessoas amigas iguais a
ela. Agora, reunir, numa mesma pessoa,
a profissional de turismo, de hotelaria, a jornalista e a amiga é extremamente
difícil, e é por isso que hoje fazemos esta homenagem à Maria Thereza. Que é
amiga, evidentemente, de todas as pessoas que aqui estão, que representa,
também um grupo empresarial que nos
orgulha: o HABITASUL, do Professor Clio Fiori Druck, já falecido, que integrou
o “Correio do Povo”, como o fez Péricles Druck, Eurito Druck. Principalmente
para nós, políticos, evoca uma figura fantástica, que também nos deixou: o José
Bastide, que foi Secretário-Geral do PMDB, do PDT, e que, para mim, hoje, é um
ponto de referência em termos políticos e que transmitiu à Maria Thereza esse
tino político.
Então, o Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pessoas que estão conosco,
hoje é um dia de reflexão. Às vezes a gente olha as coisas e não as enxerga em
sua plenitude, e eu quero que os senhores e as senhoras enxerguem, hoje, que
uma pessoa se torna cidadã de Porto Alegre. Isso não é aposentadoria de
ninguém: uma pessoa que recebe uma homenagem como esta tem que saber que tem
responsabilidade com esta Casa, com esta Cidade. Tenho certeza de que a Maria
Thereza Druck Bastide, hoje, nesta noite que se inicia, também inicia uma nova
fase em sua vida: suas responsabilidades sociais e políticas se ampliaram, e
ela tem que saber, tem que fazer jus ao apoio que seus amigos trazem aqui,
porque é uma coisa recíproca. Tenho certeza de que a Maria Thereza gostou, está
feliz por ser uma cidadã de Porto Alegre. A recíproca também é verdadeira. Esta
Cidade precisa, entre seus integrantes, entre seus cidadãos honorários de uma
pessoa tão encantadora, tão nossa amiga como a Maria Thereza Druck Bastide.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol
falará em nome do PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra. homenageada Maria Thereza
Druck Bastide, Srs. integrantes da Mesa, Senhoras e Senhores. Evidentemente, o
Partido da Frente Liberal, que tem na minha pessoa o único integrante da Casa,
não poderia silenciar neste momento que, com muita justiça, a Cidade de Porto
Alegre tributa à Maria Thereza Druck Bastide, esta homenagem que se consagra
nos atos formais que aqui se processam. Certamente, nós teríamos muitas razões
para estar presente neste ato, mas, fundamentalmente, a razão maior a motivar a
ocupação desta tribuna nas homenagens aqui celebradas é o reconhecimento que
nós, do Partido da Frente Liberal, temos
com relação àqueles que no trabalho, na afirmação, na criatividade
alcançam a afirmação e conseguem o destaque social. Neste instante a homenagem
se destina a essa filha de Santa Maria que há mais tempo, inclusive, colaborou
com a administração municipal, através do Movimento Assistencial de Porto
Alegre, nosso saudoso MAPA, que foi dirigido, entre outras pela Maria Inês
Villela, cuja presença registro neste ato. Se não fosse isso, e além de tudo
isso, somos forçados a reconhecer que a criatividade, o arejamento e a visão
absolutamente corretas do ciclo histórico em que vivemos faz de nossa homenageada
uma privilegiada. Certamente suas viagens pelo mundo lhe abriram os horizontes
e clarearam as circunstâncias de que no novo mundo em que se vive, no mundo da
globalização, a indústria do turismo tem uma expressão das mais significativas.
Aquela sociedade, aquele povo que desconhecer esse fato certamente ficará na
contramão da história e perderá a
possibilidade de promover a ativação econômica por um dos meios mais
conseqüentes, mais adequados e mais acertados. Nós todos somos testemunhas da
atuação da Maria Thereza no grupo HABITASUL, a partir de 1987, quando começou a
promover de forma objetiva a integração do turismo do CONESUL da América, numa
atuação precursora do turismo do MERCOSUL que hoje a todos encanta e se
apresenta como um desafio a ser superado por todos aqueles que têm nesta
atividade uma forma de participação.
Por essas razões sucintas, objetivas, nós estamos na tribuna neste
momento. Evidentemente, encanta-nos a idéia de vermos que, neste ano de 1996,
ao se destacarem valores que se afirmam na sociedade de Porto Alegre, a
sensibilidade do ilustre Ver. Artur Zanella foi buscar o exemplo de uma mulher
que obteve destaque na vida da nossa Cidade. Ao fazer a justiça, ao propor esse
ato que foi encampado por todas as Lideranças da Casa e pela unanimidade do
Plenário deste Legislativo, conseguiu o ilustre componente evidenciar com
clareza, com profundidade os novos tempos que se vivem em que a mulher, sem
perder as suas características inatas, assume a liderança em vários segmentos
da atividade e, como Maria Thereza, obtém o reconhecimento do meio onde se
encontra inserida, sobretudo da sociedade para a qual dirige a sua atividade.
Assim, como integrante deste Legislativo, sinto-me muito feliz, muito honrado,
muito privilegiado, porque neste dia especial, muito especial para todos os
Vereadores, temos, a partir de hoje, consagrada por lei esta data como Dia do
Vereador. É particularmente especial para mim, a Maria Thereza saber o porquê
de eu estar fazendo esta saudação justa, adequada, fruto da sensibilidade do
meu colega Artur Zanella e que, de forma muito expressiva, evidencia, no ano de
1996, o valor da mulher gaúcha, da mulher de Santa Maria, que agora se
transforma em Cidadã de Porto Alegre. Meus cumprimentos, Maria Thereza, e a
certeza de que, como bem disse o Ver. Zanella, esta Casa e a Cidade de Porto
Alegre sentem-se extremamente gratificadas em tê-la como mais uma integrante do
nosso Conselho de Cidadãos.
Certamente com a tua simpatia, a tua graça, com a tua lhaneza e com a
tua inteligência, haverás de contribuir fortemente para destacar este título,
que aumenta, que se projeta na sua expressão, à medida que é endereçado a uma
pessoa portadora dos valores que tu simbolizas. São os cumprimentos deste
Vereador, mas sobretudo de uma corrente ideológica que acredita na economia de
mercado e principalmente no valor da mulher. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Artur
Zanella, autor do Projeto, para fazer a entrega à nossa homenageada do título.
Convidamos o representante do Governo Municipal para que faça a entrega da
medalha.
(Procede-se à entrega do título e da medalha de Cidadã de Porto Alegre.
Palmas.)
Com a palavra a nossa homenageada.
A SRA. MARIA THEREZA DRUCK
BASTIDE:
Exmo. Sr. Presidente desta Casa, Ver. Isaac Ainhorn; Senhores Vereadores;
autoridades que compõem esta ilustre Mesa; meus amigos e minhas amigas. (Lê.)
“Ao receber, no dia de hoje, a mais alta homenagem que me poderia ser
concedida, desejo tributar a um ato de amor este galardão.
Ilustres concidadãos me antecederam neste púlpito, detentores de
idêntica homenagem. Todos, indiscutivelmente, autores de realizações
importantes para a Cidade, realizações estas que os fizeram credores deste
reconhecimento.
Por iniciativa do ilustre Ver. Artur Zanella, que há mais de quatro
Legislaturas representa o povo de Porto Alegre neste eminente Plenário, e com a
adesão de seus pares, recebi, com impacto, a notícia da concessão do título de
Cidadã Porto- alegrense.
Imediatamente, fiz um retrospecto de minha vida, desde a chegada a esta
terra.
Aos quatro anos de idade, vinda de minha cidade natal, Santa Maria, até
o momento atual.
Foi um rememorar lento, uma análise profunda da relação
indivíduo-cidade.
Não tão lenta quanto a retrospectiva, começou a se esboçar uma certeza,
que acabou ficando muito transparente.
Receberia meu título coma convicção que o amor estava sendo responsável
por este momento.
Toda e qualquer realização ou atitude, quando se tem amor à causa,
agiganta-se por natureza.
É por isso que tributo esta homenagem ao grande amor por esta Cidade
que me acolheu um dia, quando aqui cheguei por circunstâncias familiares e que
me acolheu a segunda vez, quando voltei por opção, por desejo de conviver com
ela para sempre.
No início de 1988, no “Jornal do Comércio”, escrevi uma crônica sobre
minha volta para o Brasil, depois de haver estado vários anos no exterior.
A crônica é extensa, mas destaquei da mesma trechos que achei oportuno
citar e que passo a ler neste momento:
“Foi longe do Brasil que percebi quanto o olfato me fazia recordar o
passado. Muitos cheiros me retornavam, com freqüência, à infância, à
adolescência, à minha terra, Porto Alegre. Viver no exterior supria minha
inquietude de assimilar culturas e recolher experiências.
Entretanto, ao aproximar-se o dia da volta, assustava-me a readaptação,
depois de tantos anos vivendo em quatro países diferentes.
Tratava de me auto-estimular neste regresso, valorizando o fato de,
novamente, usar, dia todo, o meu idioma, de voltar a ter a convivência
freqüente com as amizades de raiz e sentir o cotidiano acarinhado pela gente do
mesmo sangue.
Uma volta sempre apresenta problemas de ordem burocrática, e foi num
destes momentos desagradáveis, impostos pela burocracia exagerada e quase cega,
que me reencontrei totalmente com a
Cidade e percebi a extensão de meu amor por ela.
Chovia fortemente quando deixo um prédio onde fui tratar de assuntos
desta volta, e onde esbarrei com dificuldades criadas para um assunto muito
claro e de fácil resolução.
Desiludida, comecei lentamente a atravessar a Praça da Matriz.
O cheiro da terra molhada me transportou à infância, quando esta praça
era meu ideal das horas de lazer.
De repente, minha desilusão desaparece. E consigo, amplamente e
definitivamente, entender quanto foi bom voltar.
Palmilhar uma das ruas do passado, mesmo com dificuldades, é muito mais
importante que sentir cheiro com saudade.
A partir daquele instante, a simbiose indivíduo-cidade aconteceu, e
começou a pautar uma linha de conduta
plena de amor, respeito e parceria para com esta terra, que só foi crescendo no
meu dia-a-dia de regresso”.
Por isso, meu prezado Ver. Zanella, Senhor Presidente e Senhores
Vereadores, por esta relação de posse, pela minha dedicação à Porto Alegre, é
que recebo esta distinção.
E, neste momento, faço minhas as palavras do intrépido Sepé Tiarajú,
repetindo com igual ênfase, com muito orgulho e agora, com muita propriedade:
Senhores, esta terra é minha.”
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a
presença do Dep. Estadual Carlos Eduardo Vieira da Cunha.
As palavras ditas pela homenageada, que hoje recebe o Título de Cidadã
de Porto Alegre, por si só demonstram uma ligação e opção por Porto Alegre, que
haviam sido feitas há muito tempo, o que nos honra sobremaneira; o que esta
Casa fez, concedendo o Título, reconhece o que de fato já era uma opção sua.
Convidamos todos para, em pé, ouvirmos o Hino executado pelo Coral da
Aliança Francesa.
(É executado o Hino.)
Antes de encerrarmos a Sessão Solene, gostaria de agradecer a presença
de todos que participaram da solenidade em homenagem à jornalista Maria Thereza
Druck Bastide.
Informamos que a jornalista Maria Thereza receberá seus convidados no
saguão, no térreo, deste Palácio.
Está encerrada a presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 20h18min.)
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